Artigos - Corpo e Vida

Combustíveis energéticos utilizados durante o exercício físico e seu processo de queima.


Durante uma corrida de alta velocidade em curtas distâncias (entre 30 e 50 m), não há queda de velocidade durante os últimos metros, a força intensa pode ser mantida o percurso todo, e as necessidades de energia são atendidas pela quebra dos estoques de fosfogênio. Quanto à corrida de longa distância, a velocidade acaba diminuindo, pois esses estoques se esgotam e a liberação de força diminui, porém a taxa de recuperação do substrato energético uma corrida curta pode ser facilmente recomposta, e uma segunda queima pode ser completada, na mesma velocidade, após somente de três a cinco minutos de recuperação.

Os estoques intramuscular de ATP e fosfocreatina (PCr, também conhecida como fosfato de creatina) – juntos, o ATP e o PCr são mencionados como fosfogênios.

A propriedade mais importante dos fosfogênios é que seu estoque de energia é imediatamente disponível para o músculo. No músculo, o PCr pode ser utilizado para ressintetizar o ATP em uma taxa muito alta de energia. Essa alta taxa de transferência de energia corresponde à habilidade de produzir ações rápidas. A maior desvantagem desse sistema é sua capacidade limitada à quantidade total de energia disponível é pequena, sendo assim, se nenhuma outra fonte de energia estiver disponível para o músculo, a fadiga ocorrerá rapidamente.

A fosfocreatina atua como um pronto - socorro energético. As fontes de energia para a contração e o relaxamento dos músculos variam durante o exercício. Em primeiro momento, a principal fonte é o ATP já existente e a fosfocreatina. Portanto, começa a quebra do glicogênio, que libera glicose.

A fase (anaeróbica, sem presença de oxigênio), dura cerca de cinco minutos. Em seguida, na fase (aeróbica, com presença de oxigênio), a glicose é processada nas mitocôndrias, reciclando ATP com mais eficiência. Se o exercício continua, os ácidos graxos tornam-se a principal fonte energética, poupando os estoques de glicogênio. Se a intensidade do exercício aumentar de repente, a fase anaeróbica recomeça. Com esse recurso, as células musculares adaptam-se ao novo ritmo e a glicólise anaeróbica passa a correr em velocidade compatível com a intensidade do trabalho, tornando-se de novo a principal forma de regenerar ATP a partir de ADP. Para isso, são usados os grupos fosfato que se acumularam nas células por causa da quebra acelerada de moléculas de ATP.

Porém, no músculo esquelético há uma reserva relativamente grande de fosfocreatina, de 70 a 80 mmol por quilo de matéria seca em repouso. A utilização da fosfocreatina ocorre imediatamente no início da contração, para tamponar o acúmulo rápido de ADP, resultante da hidrólise do ATP, na grande quantidade de processos da contração e do relaxamento muscular que requerem energia. A elevação momentânea da contração de ADP é o estimulo principal da hidrólise da fosfocreatina pela reação da creatina cinase. Atualmente se aceita que o metabolismo anaeróbio também contribui significativamente para a ressíntese do ATP durante os segundos iniciais do exercício de alta intensidade, a importância da hidrólise da fosfocreatina baseia-se nas altas velocidades com que pode ressintetizar o ATP. Isso é verdadeiro para o exercício máximo de curta duração. A contribuição da fosfocreatina à ressíntese do ATP nos últimos 10 segundos de um período de exercício de 30 segundos é relativamente pequena, correspondendo a somente 2% da resposta inicial. Até o momento, os mecanismos responsáveis pelo declínio quase instantâneo na velocidade de utilização da fosfocreatina durante o exercício máximo são desconhecidos, mas podem estar relacionados com um declínio da disponibilidade miofibrilar local. Considerando-se a demanda de grande quantidade de energia pelo exercício máximo, é possível que a utilização muito rápida da fosfocreatina no início da contração seja responsável pela rápida depleção dos estoques nos sítios de translocação rápida de energia (pontes cruzadas de actomiosina). Isso parece plausível diante do fato de, no exercício intenso continuado por mais de 20 segundos, o estoque celular de fosfocreatina tornar-se quase que completamente depletado, o que pode ser uma conseqüência de a produção mitocondrial de ATP ser incapaz de combinar com a velocidade da hidrólise da fosfocreatina.





Joeslei Adriel da Silva CREF 078865- G/SP







Bibliografia





MAUGHAN, Ron; GLEESON, Michael; GREENHAFF, Paul. Bioquímica do Exercício e Treinamento. Barueri – SP - Brasil: Editora Manole LTDA, 1ª edição brasileira – 2000.

Artigos - Corpo e Vida

Combustíveis energéticos utilizados durante o exercício físico e seu processo de queima.


Durante uma corrida de alta velocidade em curtas distâncias (entre 30 e 50 m), não há queda de velocidade durante os últimos metros, a força intensa pode ser mantida o percurso todo, e as necessidades de energia são atendidas pela quebra dos estoques de fosfogênio. Quanto à corrida de longa distância, a velocidade acaba diminuindo, pois esses estoques se esgotam e a liberação de força diminui, porém a taxa de recuperação do substrato energético uma corrida curta pode ser facilmente recomposta, e uma segunda queima pode ser completada, na mesma velocidade, após somente de três a cinco minutos de recuperação.

Os estoques intramuscular de ATP e fosfocreatina (PCr, também conhecida como fosfato de creatina) – juntos, o ATP e o PCr são mencionados como fosfogênios.

A propriedade mais importante dos fosfogênios é que seu estoque de energia é imediatamente disponível para o músculo. No músculo, o PCr pode ser utilizado para ressintetizar o ATP em uma taxa muito alta de energia. Essa alta taxa de transferência de energia corresponde à habilidade de produzir ações rápidas. A maior desvantagem desse sistema é sua capacidade limitada à quantidade total de energia disponível é pequena, sendo assim, se nenhuma outra fonte de energia estiver disponível para o músculo, a fadiga ocorrerá rapidamente.

A fosfocreatina atua como um pronto - socorro energético. As fontes de energia para a contração e o relaxamento dos músculos variam durante o exercício. Em primeiro momento, a principal fonte é o ATP já existente e a fosfocreatina. Portanto, começa a quebra do glicogênio, que libera glicose.

A fase (anaeróbica, sem presença de oxigênio), dura cerca de cinco minutos. Em seguida, na fase (aeróbica, com presença de oxigênio), a glicose é processada nas mitocôndrias, reciclando ATP com mais eficiência. Se o exercício continua, os ácidos graxos tornam-se a principal fonte energética, poupando os estoques de glicogênio. Se a intensidade do exercício aumentar de repente, a fase anaeróbica recomeça. Com esse recurso, as células musculares adaptam-se ao novo ritmo e a glicólise anaeróbica passa a correr em velocidade compatível com a intensidade do trabalho, tornando-se de novo a principal forma de regenerar ATP a partir de ADP. Para isso, são usados os grupos fosfato que se acumularam nas células por causa da quebra acelerada de moléculas de ATP.

Porém, no músculo esquelético há uma reserva relativamente grande de fosfocreatina, de 70 a 80 mmol por quilo de matéria seca em repouso. A utilização da fosfocreatina ocorre imediatamente no início da contração, para tamponar o acúmulo rápido de ADP, resultante da hidrólise do ATP, na grande quantidade de processos da contração e do relaxamento muscular que requerem energia. A elevação momentânea da contração de ADP é o estimulo principal da hidrólise da fosfocreatina pela reação da creatina cinase. Atualmente se aceita que o metabolismo anaeróbio também contribui significativamente para a ressíntese do ATP durante os segundos iniciais do exercício de alta intensidade, a importância da hidrólise da fosfocreatina baseia-se nas altas velocidades com que pode ressintetizar o ATP. Isso é verdadeiro para o exercício máximo de curta duração. A contribuição da fosfocreatina à ressíntese do ATP nos últimos 10 segundos de um período de exercício de 30 segundos é relativamente pequena, correspondendo a somente 2% da resposta inicial. Até o momento, os mecanismos responsáveis pelo declínio quase instantâneo na velocidade de utilização da fosfocreatina durante o exercício máximo são desconhecidos, mas podem estar relacionados com um declínio da disponibilidade miofibrilar local. Considerando-se a demanda de grande quantidade de energia pelo exercício máximo, é possível que a utilização muito rápida da fosfocreatina no início da contração seja responsável pela rápida depleção dos estoques nos sítios de translocação rápida de energia (pontes cruzadas de actomiosina). Isso parece plausível diante do fato de, no exercício intenso continuado por mais de 20 segundos, o estoque celular de fosfocreatina tornar-se quase que completamente depletado, o que pode ser uma conseqüência de a produção mitocondrial de ATP ser incapaz de combinar com a velocidade da hidrólise da fosfocreatina.





Joeslei Adriel da Silva CREF 078865- G/SP







Bibliografia





MAUGHAN, Ron; GLEESON, Michael; GREENHAFF, Paul. Bioquímica do Exercício e Treinamento. Barueri – SP - Brasil: Editora Manole LTDA, 1ª edição brasileira – 2000.